As cores da nossa história: o restauro no Palácio da Fazenda

SOBRE O PALÁCIO DA FAZENDA

Em 2022, o Palácio da Fazenda completou 95 anos de existência. Inaugurado em 1927, a obra do arquiteto José Gonçalves da Justa repercutiu nos jornais da capital cearense pela relevância arquitetônica e beleza estilística. Segundo as notícias da época, o primeiro prédio em concreto armado da cidade não encontrava paralelo entre os demais, e se destacava no seu entorno pelas cores e elementos ornamentais utilizados na construção. Integra e soma ao imponente prédio, um vitral – feito sob encomenda – que retrata, entre outros aspectos, elementos fundamentais para o crescimento da economia cearense, como ramos de algodão e café, além da Maria Fumaça e dos postes com fios do telégrafo, representando progresso e modernidade que chegavam ao Estado. De reconhecido valor histórico e arquitetônico, foi o primeiro bem tombado pela Secretaria de Cultura (Secult-CE) por meio do Patrimônio Histórico e Artístico do Ceará, em 1982.

A proposta de restauro visou valorizar e preservar o patrimônio edificado como um importante componente da paisagem urbana da cidade. Em 2021, a Secretaria da Fazenda uniu forças com a Superintendência de Obras Públicas (SOP) e a Secult-CE para iniciar o restauro da fachada do edifício.

Durante a prospecção exploratória e o estudo teórico da construção, percebeu-se a existência de diversas camadas de tintas na fachada. Diante dos achados, foi instituída uma Comissão conjunta entre Sefaz-CE e Secult-CE (Portaria nº 275/2022), com a participação de representantes da Sefaz, Secult e SOP, especialistas técnicos – historiadores e arquitetos -, representantes das instituições fazendárias e da sociedade civil. Com isso, foi proporcionado um diálogo amplo e democrático, unindo atores importantes no processo histórico e cultural do Estado, da cidade e da Sefaz-CE. Por fim, o grupo decidiu, por unanimidade, o retorno às cores originais: rosa e amarelo.